A empresa Pantone Inc., fundada em 1962 nos Estados Unidos, inicialmente produzia cartões de cores para a indústria de cosméticos e já naquela época foi totalmente inovadora ao criar um sistema numérico de cores para assegurar o padrão e a regularidade nas aplicações. Daí ampliou sua base de clientes para as indústrias gráfica, têxtil, plástico, ou seja, seu foco era o mercado B2B. Alcançou visibilidade mundial e tornou-se referência para os profissionais da moda, design e decoração com o seu principal produto: a famosa “Escala de Cores Pantone”.
Por volta de 2008 iniciou um processo de abertura para produtos de consumo. A primeira vista, esse movimento poderia ser considerado apenas mais um caso de expansão pelo licenciamento da marca. Porém, a nosso ver, é muito mais que isso. É na verdade um genuíno e bem sucedido caso de “Visão Ampliada Aplicada a Negócios”. E essa distinção se dá por duas razões essenciais:
1º – Pela ampliação do modelo de negócio – não mudou, mas sim ampliou, pois foi a força da imagem de marca no B2B que possibilitouo sucesso no B2C
50 anos depois de sua fundação, a empresa continua a produzir cores, ditar tendências, comercializar catálogos exclusivos e atender ao mercado B2B. No entanto, no momento em que percebeu que a nova geração conectada, com acesso direto aos conceitos de moda e design estavam adotando a linguagem dos designers, (mesmos que não fossem profissionais dessas áreas), a Pantone entrou no mercado B2C, de uma forma bastante diferenciada: deixou de comercializar apenas as suas cores e passou a “vender” o conhecimento das mesmas como símbolo de status para gente descolada e antenada, A partir daí, orquestrou uma série de licenciamentos em parceria com marcas/produtos que de alguma forma espelham a atitude da excelência, padrão e qualidade através das cores.
2º – Pela inovação através da tecnologia, mantendo o foco no seu core business
Uma vez inserida no mercado B2C, no licenciamento é comum que o dono da marca forneça os parâmetros de aplicação e o licenciado os adapte para os produtos de seu portfólio. Até aí nenhuma novidade, é uma boa estratégia que, se corretamente planejada, gera ótimos resultados. Veja o caso da Pantone/Farm no Brasil, da Pantone/Seletti na Itália, da Pantone/Ilanga na Bélgica, da Pantone/Serax na Holanda e tantos outros no mesmo modelo.